A caixa de joias que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entregou nesta sexta-feira (24) à Caixa Econômica Federal inclui um relógio avaliado em aproximadamente R$ 800 mil, a peça é uma das mais raras do mundo. A informação é da Folha de S.Paulo.
Além do relógio, o estojo incluía uma caneta, abotoaduras, anel e um rosário árabe, todos da marca suíça de diamantes Chopard.
Com apenas 25 unidades produzidas, o Chopard L.U.C Tourbillon Qualité Fleurier foi apresentado em 2014 e tem caixa moldada em ouro de origem controlada.
A empresa garante que o processo de extração do metal foi feito de forma artesanal por trabalhadores regularizados, sem exploração da mão de obra. Segundo a Chopard, as minas ficam na América do Sul.
Joias da marca Chopard que estavam no acervo de Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução
Na ativa desde 2004, a Qualité Fleurier é uma entidade que faz o monitoramento da produção e oferece certificações no segmento da alta relojoaria. A Chopard é uma das parceiras da iniciativa.
Até mesmo a pulseira de couro de jacaré tem origem controlada. O certificado é emitido pela Cites (sigla em inglês para Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Silvestres Ameaçadas de Extinção).
A entrega dos itens atende a uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), que entende que apenas presentes de pequeno valor, perecíveis e de caráter personalíssimo, podem ser incorporados ao acervo privado do chefe do Executivo.
As joias, que estavam em posse de Bolsonaro, foram trazidas ilegalmente ao Brasil por uma comitiva do Ministério de Minas e Energia, que representou o governo brasileiro em um evento na Arábia Saudita, em outubro de 2021.