Assim como Jair Bolsonaro (PL) no Brasil, o ex-presidente de extrema direita dos EUA, Donald Trump, recebeu diversos presentes de países estrangeiros durante o seu mandato que não foram incluídos no acervo da Casa Branca, mas desviados para o seu acervo pessoal. A informação foi revelada nesta sexta-feira (13) pela bancada dos democratas da Câmara dos Deputados dos EUA.
Trump deixou de documentar adequadamente, conforme previsto pela lei americana sobre presentes de países estrangeiros, mais de 100 itens que juntos estão avaliados em R$ 1,3 milhão. No inventário está incluído um pingente de ouro recebido do governo da Arábia Saudita em viagem ao país, que está avaliado em R$ 34 mil.
Mas para além dessa enorme diferença contábil, assim como Bolsonaro, Trump jamais divulgou publicamente os mais de 100 presentes do levantamento feito pelos parlamentares, e também não comunicou os ‘agrados’ ao Departamento de Estado, conforme ordena a lei americana. A maioria dos itens, no fim das contas, acabou entregue ao Arquivo Nacional mesmo sem as declarações prévias que a lei americana exige após cobrança do Congresso.
De acordo com a lei americana, todos os presentes recebidos por governos estrangeiros que valham mais do que 415 dólares, o equivalente a R$ 2200, precisam ser declarados ao Departamento de Estado. O funcionário do governo 'agraciado' pode manter o presente caso esteja disposto a ressarcir o Estado. A medida serve justamente para impedir que governos estrangeiros comprem influência nos EUA, situação que, aqui no Brasil, é investigada no caso das joias de Jair e Michelle Bolsonaro. Existe a suspeita de que se tratem de propina.
Há também itens que o ex-presidente dos EUA deve decidir se irá manter consigo e ressarcir o Estado, ou se devolverá ao Arquivo Nacional. Uma planilha com esses itens foi organizada por assessores da Casa Branca nos seus últimos dias de mandato. Entre esses itens está justamente o pingente de ouro recebido dos sauditas. Segundo as últimas informações a respeito do seu paradeiro, que constam na planilha de 2021, a joia estava a caminho da mansão Mar-A-Lago, na Flórida, onde Trump mantém residência. Não há informações sobre sua declaração ou eventual devolução.