O escândalo das joias recebidas da ditadura da Arábia Saudita pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e apreendidas pela Receita Federal tem causado grande irritação nos integrantes da cúpula das Forças Armadas.
De acordo com informações da colunista Bela Megale, do jornal O Globo, a principal preocupação é referente ao número de militares envolvidos diretamente no escândalo, além das possíveis consequências que as investigações podem ter para a imagem das Forças.
Só nos fatos centrais do caso, há quatro militares envolvidos diretamente: o almirante de esquadra da Marinha e ex-ministro Bento Albuquerque; o primeiro-tenente da Marinha e ex-assessor de Bento, Marcos Soeiro; o tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, Mauro Cid; e o primeiro-sargento da Marinha, Jairo Moreira da Silva.
Michelle Bolsonaro, joias sauditas e Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução
Os militares envolvidos no escândalo das joias sauditas têm ordem direta para que mantenham silêncio e evitem qualquer manifestação pública sobre o tema. Mauro Cid foi alvo de queixas do comando do Exército por ter falado publicamente sobre o caso.
Ainda segundo a colunista, integrantes das Forças apontam o desgaste com a exposição do uso de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) na tentativa do ex-mandatário de reaver o conjunto de joias. Os aviões também foram usados para o transporte de fuzil e pistola durante o governo Bolsonaro.
A cúpula das Forças ainda avalia que a situação pode se agravar mais com o desdobramento das investigações da Polícia Federal (PF).