São Paulo – O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB) anunciou, neste sábado (25), que o governo federal estuda com a Caixa Econômica Federal e a prefeitura de Bertioga destinar algumas moradias construídas na cidade pelo governo do estado de São Paulo para abrigar, provisoriamente, as famílias de São Sebastião. Mais de quatro mil pessoas estão desabrigadas ou desalojadas na Costa Sul do litoral norte paulista após os deslizamentos de terra provocados por fortes chuvas na região do litoral norte paulista há uma semana.

Segundo último balanço da Defesa Civil estadual, 57 mortes já foram confirmadas – 56 delas em São Sebastião e uma, em Ubatuba. O vice-presidente afirmou que há 1.500 apartamentos no município vizinho de Bertioga construídos para atender famílias da região. Mas que a União estudará se uma pequena parcela dessas unidades podem ser liberadas para “atender por emergência”. “Depois é claro que vai ter que construir as unidades habitacionais necessárias”, destacou.

Alckmin desembarcou pela manhã de hoje em São Sebastião, a cidade mais arrasada pelo temporal. Ele sobrevoou as áreas atingidas e os locais de assistências às vítimas. Por volta das 10h, o vice-presidente se reuniu com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito de São Sebastião Felipe Augusto (PSDB).

O encontro contou também com a presença da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Após a reunião, as autoridades seguiram para coletiva de imprensa, onde Alckmin também destacou que o governo federal dará prioridade aos programas habitacionais. Observatório da USP defende medidas estruturais para áreas de risco do litoral norte.

Prevenção e moradia

Com base em dados do Ministério de Integração e Desenvolvimento Regional, o vice-presidente afirmou que há 14 mil áreas de alto risco no Brasil, com uma população de cerca de quatro milhões. Segundo ele, é preciso um esforço de prevenção de todas as esferas de governo para impedir que tragédias como essa continuem se repetindo.
Geraldo Alckmin sobrevoa bairros de São Sebastião atingidos por deslizamentos de terra

”Por isso a necessidade de programas habitacionais. Essas pessoas em algum lugar têm que morar. Então há essa necessidade, município, estado e União, de juntar esses esforços. Quando você faz bastante construções  civis você também gera muitos empregos, tem mão de obra intensiva, alta empregabilidade. E cada município vai estabelecer sua regra, legislação municipal. (…) (Para o) litoral é preciso ter uma visão diferenciada, porque você não tem tantas áreas como em municípios planos. E quando se tem serra e montanha é muito mais perigoso. Na enchente a pessoa tem tempo de sair, mas nos deslizamentos são extremamente graves, como nós vimos”, observou Alckmin.
União de esforços

O vice-presidente reforçou a parceria com o governo estadual. Ele lembrou que um itens que receberam maior acréscimo no orçamento da União foi o de habitação, que passou de R$ 82 milhões, previstos pelo governo anterior de Jair Bolsonaro (PL) para R$ 10, 4 bilhões. O objetivo é que as famílias de menor renda e em áreas vulneráveis também tenham prioridade no programa Minha Casa, Minha Vida.

“Essa é a prioridade, o governo do estado pode contar sim com o Ministerio das Cidades e a área habitacional para ser parceiro no financiamento e nos recursos para unidades habitacionais”, destacou.