Passados quase sete anos do farsesco processo de impeachment eivado de bizarrices que removeu a então presidenta Dilma Rousseff do Palácio do Planalto, a antiga mandatária petista retorna aos holofotes após toda a execração a que foi submetida pela extrema direita e pelos meios de comunicação da chamada “grande imprensa”. E o retorno da primeira mulher a chegar à chefia do Estado no Brasil será triunfal.
Cotada para ficar lotada em alguma embaixada na volta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Dilma foi além e deve assumir um cargo com muito prestígio no cenário internacional: a de presidente do chamado “banco dos Brics”, o grupo de países que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Oficialmente chamado de Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), atualmente a instituição, que tem sede em Xangai, na China, é comandada pelo brasileiro Marcos Troyjo, um bolsonarista que já se referiu a Lula como “presidiário”, fazendo a linha desbocada e estúpida do líder. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já informou a Troyjo que quer sua saída e o próprio não teria ficado chateado com a ideia, embora tenha mandato até 2025, sabendo de antemão que sua permanência por lá seria o prolongamento de uma saia-justa.
Os Brics são um bloco econômico e geopolítico importante, sobretudo para o Brasil que até uma década atrás tinha papel de destaque nas relações internacionais. Para Lula é vital que o protagonismo brasileiro retorne e para isso os Brics são uma peça fundamental. Tal importância pode ser aferida pela própria indicação de Dilma para controlar o banco que reúne esses cinco países.
Dilma, que tem 75 anos, inicialmente teria hesitado em relação à oferta, mas segundo interlocutores, em decorrência da delicada situação do Brasil no cenário internacional, por conta da desastrosa gestão de Bolsonaro, a ex-presidenta teria aceitado o cargo.