O presidente Lula decidiu trocar a direção da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) na noite de sexta-feira (13), após a TV Brasil chamar de “manifestantes” os militantes golpistas de extrema-direita que praticaram vandalismo contra os prédios das instituições, no dia 08 de janeiro. A jornalista Kariane Costa foi escolhida por ele para presidir a EBC de forma interina e liderar a reformulação da empresa. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Na avaliação da cúpula do governo, a EBC estava com uma linha editorial para tentar minimizar os atos de vandalismo praticados por bolsonaristas. Os diretores que estavam na estatal eram ainda da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Havia o receio no governo Lula de que a TV Brasil fosse usada para propagar ideias antidemocráticas ou realizar sabotagens técnicas, como interromper transmissões da Presidência, por exemplo.
Exatamente no dia seguinte aos atos de terrorismo em Brasília, a emissora transmitiu a sessão do Congresso e colocou uma passagem do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o que foi interpretado por membros do governo como provocação.
Por todos esses motivos, a Secretaria de Comunicação da Presidência (SECOM), comandada pelo ministro Paulo Pimenta (PT-RS), executará a transição na EBC. A empresa passará por uma reorganização e retirará dos postos-chave os indicados de Bolsonaro. Kariane Costa, que liderará esse processo, participou do gabinete de transição pelo grupo de trabalho das comunicações.