Em café da manhã com jornalistas na manhã desta quinta-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, que está sob fogo-amigo no governo e falou da relação com a cúpula das Forças Armadas que, segundo ele, aderiram em parte ao "negacionismo" do antecessor, Jair Bolsonaro (PL).
“Quem coloca ministro e tira ministro é o presidente da República. O José Múcio fui eu que trouxe para cá. Ele vai continuar sendo o meu ministro, porque eu confio nele. Tenho o mais profundo respeito por ele, ele vai continuar. Se eu tiver que tirar ministro cada hora que ele comete um erro vai ser a maior rotatividade de mão de obra da história do Brasil”, disse aos jornalistas que fazem a cobertura jornalística no Planalto.
“As Forças Armadas não são poder moderador como eles pensam que são. As Forças Armadas tem um papel definido na Constituição que é a defesa do povo brasileiro e a defesa da nossa soberania contra conflitos externos. É isso que eu quero que eles façam bem feito”, afirmou.
“Eu disse para eles que nunca imaginei que tivéssemos um presidente que tivesse sido expulso das Forças Armadas por má conduta e ao assumir a presidência da República tivéssemos criado um clima negacionista dentro das Forças Armadas”, contou.
O presidente ainda expôs sua contrariedade contra a incitação feita por Bolsonaro para que os militares atuassem no processo eleitoral.
“Eu disse aos Comandantes: o que explica uma comissão de general ir cuidar de urna eletrônica? Qual a lógica? Quem tem que cuidar da democracia são os partidos, a sociedade”.
Em relação à atuação do comando do Quartel-General de Brasília, que protegeu bolsonaristas após os atos terroristas, Lula contou sobre a conversa que teve com Arruda.
"Os tanques estavam protegendo o acampamento. O general me ligou dizendo para que não entrasse no acampamento de noite que era perigoso”, disse.
O presidente ainda explicou o motivo de não ter decretado a chamada GLO, Garantia da Lei e da Ordem, medida que era desejada pelos golpistas, que contavam com os militares assumindo o comando da situação.