A vida dos integrantes do governo de Jair Bolsonaro (PL), inclusive a do ex-presidente, não deverá ser nada fácil, a partir de 2023. Pelo menos é o que prometeu o novo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues.
Ele declarou que eventuais crimes praticados durante o governo anterior não passarão impunes.
“A trajetória da Polícia Federal é essa, é investigar, e seguirá assim. Houve uma série de atos praticados que são crimes, e eles precisam ser apurados”, afirmou, em entrevista ao Painel, na Folha de S.Paulo.
“Se houve falha, se houve omissão, se houve algum problema, nós vamos avaliar a partir de agora”, destacou Rodrigues.
As posses do presidente Lula (PT) e de vários de seus ministros, nos últimos dias, foram marcadas por gritos de “sem anistia”. O pedido é no sentido de que sejam investigados eventuais crimes cometidos por integrantes do governo bolsonarista, principalmente no que se refere à condução da política de combate à pandemia da Covid-19.
Rodrigues não descartou, inclusive, que as investigações alcancem o próprio Bolsonaro. “O que for crime será investigado, seja de quem for”, resumiu.
O novo diretor-geral da PF, questionado se casos antigos poderão ser reabertos, disse que ainda é cedo para dizer e que está se informando detalhadamente da situação em seu setor. “Vamos analisar se há investigações a serem abertas, e as que já estão em andamento”.
Passos ainda respondeu ao ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O magistrado declarou que eventuais tentativas de responsabilizar Bolsonaro e aliados por crimes praticados ao longo do mandato devem ocorrer sem perseguição.
“Eu vou repetir o que disse o ministro da Justiça [Flávio Dino]: sem perseguição, as responsabilidades serão apuradas dentro do devido processo legal, com contraditório”, ressaltou.