Vinícius Marques de Carvalho, novo ministro indicado pelo presidente Lula (PT) para a Controladoria-Geral da União (CGU), assumiu a pasta nesta terça-feira (3) e, em seu discurso, anunciou que já formou um grupo técnico que vai dar início ao processo de abertura dos sigilos de 100 anos impostos por Jair Bolsonaro (PL) a inúmeras informações de interesse público.
A quebra desses sigilos é uma promessa de campanha de Lula. Logo que tomou posse, no último domingo (1), o mandatário assinou um pacote de decretos e medidas provisórias e, entre elas, está a que retoma a transparência da administração federal - solicitando que a CGU reavalie em até 30 dias, junto a este grupo técnico já constituído, os sigilos de maior relevância.
"A partir de hoje, a Lei de Acesso à Informação voltará a ser cumprida. O Portal da Transparência voltará a desempenhar o seu papel. Não há democracia sem um estado transparente, aberto ao dialogo e o controle social, onde o sigilo não é a regra", declarou ainda o ministro.
A assinatura da medida provisória de Lula que visa derrubar os sigilos chegou até Jair Bolsonaro, que está em Orlando, na Flórida (EUA). Segundo informações do IG, o ex-presidente entrou em desespero pois há muitas informações que, quando vierem a público, podem ser utilizadas em eventuais investigações criminais contra ele.
Em pânico, Bolsonaro avisou a apoiadores que pretende ir à Justiça contra Lula e o governo federal caso os sigilos sejam derrubados.
Em um grupo do PL no WhatsApp, Bolsonaro declarou que "não vai aceitar liberarem o conteúdo" de sua caderneta de vacinação e que, caso isso ocorra, vai processar o atual governo.
Membros do PL, que revelaram o desespero de Bolsonaro ao IG, acreditam que o ex-presidente Bolsonaro se vacinou contra a Covid e por isso está em pânico com a possibilidade da divulgação de sua caderneta de vacinação.