Será que finalmente chegou o fim da estrada para o KISS? A banda lendária anunciou as (supostas) últimas datas de sua turnê mundial End of The Road, que vem se alastrando por muito mais tempo do que o esperado.
Depois de um atraso por conta da pandemia e adição de mais shows posteriormente, o final da tour já tem data e local: serão duas noites apoteóticas no Madison Square Garden, em Nova York, em 1 e 2 de dezembro de 2023.
Em uma declaração sobre este anúncio, a banda disse:
O KISS nasceu em Nova York. Na Rua 23. Há meio século. Será um privilégio e uma honra encerrar a turnê no Madison Square Garden, a 10 quadras e 50 anos de distância de onde começamos.
É um belo fim para uma história de sucesso, e o momento certamente será agridoce para os músicos e os fãs, com a despedida do KISS dos palcos sendo altamente antecipada já há tanto tempo que até irritou algumas pessoas. Mas o curioso é que, há décadas, o número de shows da banda já era um problema…
Como contou a UCR, Paul Stanley refletiu recentemente sobre “o fim da estrada” em uma entrevista com a Louder Sound. Ele lembrou de perder a paciência ainda nos anos 70 com o empresário Bill Aucoin, justamente porque tinha vontade de que o número de shows que o KISS fosse menor:
Fiquei com raiva e ele disse, ‘Paul, é meu trabalho marcar shows para vocês, e cabe a vocês me dizerem quando parar’. Foi uma epifania pra mim – porque realmente depende do músico decidir o quanto e quando é o suficiente. Então, quando o KISS faz turnês, é porque nós escolhemos, e não porque nos mandam.
Embora o fatídico “último show do KISS” tenha virado lenda urbana ao longo dos anos, Stanley tocou num assunto bem sério: a fadiga da estrada. Ele explicou:
Os músicos precisam lembrar que o empresário trabalha para eles; eles não trabalham para o empresário ou o produtor de shows. É infeliz quando há situações em que tiram vantagem de artistas, particularmente quando eles estão prejudicados por conta de álcool ou drogas, e quando estão trabalhando à exaustão, além do que é saudável. Infelizmente, alguns músicos já não são saudáveis para começo de conversa, e esse ciclo sem fim pode levar à tragédia, como já vimos.
Importante ter essa noção do privilégio, né? Além de tudo, vale
lembrar que o modelo de trabalho para bandas do tamanho do KISS é bem
diferente do funcionamento de bandas de médio e pequeno porte…
Clima de despedida no KISS
Ao ser questionado sobre o show final, Paul Stanley disse que terá sentimentos conflitantes quando ele finalmente acontecer:
Meus pensamentos sobre isso estão mudando, ainda mais à medida que a turnê se aproxima de seus estágios finais. Falar do fim de forma teórica é uma coisa, mas ver o fim iminente é outra. É assustador, parte de uma escolha intelectual, mas é impossível não sentir seu impacto emocional. Penso cada vez mais sobre isso o tempo todo e esses shows se tornam mais preciosos e significativos à medida que vão chegando ao fim. Mas enquanto isso, vamos quebrar tudo e explodir o máximo de coisas possíveis.
Certamente será um momento emocional para o KISS e seus fãs, porém um descanso merecido para uma das bandas mais ativas nos palcos nas últimas décadas e, pelo visto, a realização de um sonho para Stanley que poderá curtir uma bela aposentadoria.