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Belém: a saborosa porta de entrada para a gastronomia paraense

Com herança indígena e influências portuguesas e africanas, capital do Pará nos convida a experimentar os mais diversos sabores e aromas por ingredientes amazônicos

Publicada em 02/02/23 às 20:44h - 34 visualizações

CNN BRASIL


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Belém: a saborosa porta de entrada para a gastronomia paraense
 (Foto: Arquivo Pessoal)

Estar em Belém é entender que a todo momento nossos sentidos são aflorados.

Primeira capital da região norte do Brasil, ela é lar de mais de 1,5 milhão de pessoas que, entre vatapás, carurus, peixes de rio doce e muito açaí, fazem desta cidade um lugar ainda mais interessante.

Por aqui, além do calor o ano inteiro, quem nos recebe de braços abertos são também suas frutas esbeltas, temperos variados e peixes amazônicos.

A capital do Pará se mostra ainda uma terra de tradições: seu centro histórico merece ser visitado; o Círio de Nazaré, em outubro, continua a colocar milhões de pessoas nas ruas com sua festividade de fé celebrada há mais de 200 anos e o Mercado Ver-o-Peso é o local que concentra os principais elementos da cultura regional, funcionando quase como o coração da cidade.

E já adianto que Belém foi a porta de entrada para, junto da equipe do CNN Viagem & Gastronomia, conhecer um pouco mais das belezas do Pará. Digo com afinco que finalmente – e muito felizmente – conheci este estado que estava no topo da minha lista!

E lembre-se: já que as chuvas se concentram mais entre os meses de dezembro a abril, o melhor período para visitar a capital é entre junho e novembro.

Mas para entender Belém de fato, nada melhor do que lançar-se a um desafio prazeroso: comer.

É uma cidade que nos convida a experimentar os mais diversos sabores, aromas, texturas e misturas, em que, além do mercado Ver-o-Peso, restaurantes tradicionais servem pratos paraenses para serem curtidos sem pressa.

Entram no vocabulário gastronômico nomes como maniçoba, cupuaçu, maniva, bacuri, orelha de macaco, cumari, filhote, entre (muitos) outros.

A gastronomia paraense

Reconhecida pela Unesco como uma cidade criativa da gastronomia, Belém é um bom ponto de partida para encontrarmos algumas das iguarias mais deliciosas do estado.

A gastronomia do Pará é baseada principalmente em ingredientes da fauna e da flora da Floresta Amazônica, em que as receitas são feitas de peixes, raízes, folhas, frutos, galinhas e sementes.

A cultura indígena se mistura aqui com nítidas influências dos colonos portugueses e também da África, em que as características regionais saltam aos olhos e aguçam o nariz.

Açaí, tucupi, tacacá, maniçoba, pirarucu, jambu, camarão, ervas e pimentas são algumas das matérias-primas que ouvimos falar, que lemos nas placas dos restaurantes e que paramos para saborear.

A missão então é fácil: assim como eu, ao longo das andanças, deixe-se levar pelo ritmo do carimbó, dança típica do estado, e não se esqueça de pedir uma cerveja gelada com algum tipo de peixe típico. É um combo de felicidade.

A seguir, confira alguns dos melhores lugares para se deliciar na gastronomia paraense em plena capital Belém:

Remanso do Peixe

Situada no fim de uma vila, a simples casa é uma referência na capital paraense com foco em peixes, moquecas e caldeiradas.

O interessante é que o restaurante oferece o que chama de comida paraense de família, em que a residência familiar virou de fato um restaurante.

Aqui não podem faltar o clássico camarão empanado na tapioca como porção de entrada e ainda a moqueca paraense do seu Chicão, receita criada pelo patriarca da casa e há mais de 20 anos no cardápio.

Conjunto Célso Malcher, 64 – Marco, Belém – PA / Tel.: (91) 3228-2477 / Horário de funcionamento: terça a sábado das 11h30 às 15h e das 19h às 22h; domingo e feriados das 11h30 às 15h30.

Bar e Restaurante da Alzira

Brinco que quem tem um prato feito, o famoso PF, de peixe frito e uma cervejinha gelada não quer guerra com ninguém!

E assim acontece no Bar e Restaurante da Alzira, que serve um dos melhores peixes fritos da cidade. Bem simples, o restaurante é parada obrigatória para quem estiver em Belém.

É local de comida caseira, onde as opções mais procuradas são o filé de dourada (R$39 o PF) e o pirarucu (R$42) fritos, acompanhados com porções generosas de feijão, arroz branco, farofa e vinagrete.

Para arrematar do jeito local, uma tigela de açaí também acompanha bem.

Tv. Angustura, 2815 – Marco, Belém – PA / Tel.: (91) 3276-3089 e (91) 98185-6676 / Horário de funcionamento: segunda a sábado das 11h às 15h; quarta, quinta e sexta também das 19h às 22h; fechado aos domingos.

Estação das Docas

Localizado às margens da baía do Guajará, o antigo porto de Belém foi revitalizado e hoje abriga um espaço cultural, gastronômico e artístico. Projeto muito interessante, os armazéns de ferro inglês característicos do finzinho do século 19 agora são o lar de lojas de souvenir, roupas, restaurantes e sorveterias.

A Estação das Docas tem três pavilhões com grandes guindastes que vieram dos Estados Unidos no início do século 20. Há ainda no espaço uma máquina a vapor de meados de 1800, que antigamente fornecia energia para as docas.

Entrando na seara da gastronomia, fica difícil escolher entre tantos lugares do espaço, mas não deixe de tomar as cervejas com ingredientes amazônicos da Amazon Beer, que faz referência à Amazônia com cervejas artesanais únicas e geladas.

Outro destaque imperdível parte para a sobremesa: os incríveis sorvetes da Sorveteria Cairu.

Já na segunda geração desta empresa familiar, de 60 anos, o local possui um dos melhores sorvetes que já experimentei. São mais de 50 sabores, muitos regionais, entre eles o premiadíssimo doce de cupuaçu e castanha do Pará – tamanho prestígio rendeu um lugar entre as 50 melhores sorveterias do mundo.

Para terminar de um jeito mais doce, o Sr. Armando, o proprietário, também esbanja simpatia por onde passa.

Av. Boulevard Castilhos França, Belém – PA / Tel.: (91) 3344-0100/ Horários de funcionamento no site oficial.

Casa de Saulo Quinta de Pedras

O restaurante comandado pelo chef Saulo Jennings é uma verdadeira experiência pela Amazônia.

Os peixes são saborosos e segue a qualidade encontrada nas outras casas do chef, como a Casa do Saulo Onze Janelas, no bairro da Cidade Velha, e ainda a Casa do Saulo Tapajós, em Santarém.

O pato no tucupi é clássico e um dos destaques, assim como a paella do chef e o prato que leva o nome do restaurante – que leva ainda camarão e banana da terra.

Doutor Assis, 834 (dentro do Hotel Atrium Quinta de Pedras), Cidade Velha, Belém – PA / Tel.: (91) 98612-2674 / Horário de funcionamento: todos os dias café da manhã 7h às 10h; almoço 12h às 15h e jantar 19h às 23h.

Casa Igá

No coração do bairro de Campina, num antigo casarão hoje pintado de forma alegre, fica a Casa Igá, uma mistura de restaurante com estúdio de design.

Um dos lemas da casa é pensar a comida como um processo de transformação, em que, no fogão, se transforma a natureza em cultura. Logo, aqui apreciamos uma comida carregada de afeto e toques para lá de locais.

Os ingredientes são frescos e comprados localmente (como no Ver-o-Peso).

No cardápio mais recente constam, por exemplo, caldinho de caranguejo com tucupi e jambu (R$30), bolinho de piracuí (R$30); peixe do dia na brasa com arroz no tucupi e jambu, feijão manteiguinha, vinagrete de banana e farinha de bragança (R$90) e espetinho de pirarucu com bacon de pirarucu (R$90)

Tv. Frei Gil de Vila Nova, 215 – Campina, Belém – PA / Tel.: (91) 99293-6215 / Horário de funcionamento: quinta das 11h30 às 15h; sexta das 11h30 às 15h e das 19h às 23h; sábado e domingo das 11h30 às 16h / Espaço está em pausa entre os dias 8 de janeiro e 8 de fevereiro

Inaugurado em 1901, é um mercado público que se assemelha a uma grande feira com ingredientes que chegam da floresta, do rio e da terra. É onde os principais elementos da cultura belenense se encontram e são comercializados.

Uma palhinha do que encontramos aqui: o tradicional açaí com peixe frito; o cozimento e embalo da maniva; várias tipos de temperos, ervas e especiarias; o preparo do tucupi; barraquinhas com castanhas e também a famosa cachaça de jambu.

Uma série de construções históricas fazem parte do complexo arquitetônico e paisagístico, que se estendem por cerca de 25 mil m².

Em determinado momento, também não é difícil formar uma roda de carimbó e deixar-se levar pelo ritmo contagiante. É ponto imperdível da cultura, da gastronomia e da história paraense.

Blvd. Castilhos França – Campina, Belém – PA




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